Parque Ecológico Sitiê, a primeira agro-floresta do Rio

31/10/2014
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Na comunidade do Morro do Vidigal, localizada entre as praias do Leblon e de São Conrado, encontra-se o Parque Ecológico Sitiê, projeto comunitário que realiza atividades de reflorestamento, reciclagem, paisagismo, agricultura urbana e design. O Sitiê foi reconhecido como a primeira agro-floresta do Rio de Janeiro pela Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal, denominação dada a locais onde trechos de mata nativa se alternam com terrenos cultivados, num conjunto de parque ecológico com parque educativo.

 

Mas nem sempre foi assim: em 2005, a área do parque acumulava 16 toneladasde lixo, colocando em risco a saúde da comunidade local. Com a falta de auxílio da esfera pública, os moradores do Morro do Vidigal Mauro Quintanilha e Paulo César Almeida começaram a limpeza por conta própria, organizando mutirões.  Em seis anos de trabalho, conseguiram retirar a maior parte do lixo e rebatizaram o local de Sitiê, síntese de sítio e Tiê-sangue, pássaro nativo da região.

 

Em 2012, Pedro Henrique de Cristo, mestre em políticas públicas na Universidade Harvard, passou a fazer parte do projeto, trazendo ideias de reflorestamento, agricultura urbana e desenvolvimento sustentável para o parque.

 

O Parque Sitiê será um dos projetos convidados do próximo evento Arq.Futuro Parques do Brasil, promovido nos dias 18 e 19 de novembro, em parceria com o Instituto Semeia e a Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas e o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade. Pedro Henrique Cristo, arquiteto do escritório de design +D e diretor do Parque do Sitiê, e Mauro Quintanilla, músico, morador do Morro do Vidigal e presidente do Parque do Sitiê também participam de um diálogo com Ana Luiza Toledo Piza, representante do Parque Madureira e subsecretária de Relacionamento com o Cidadão do Rio de Janeiro, e Regina Myer, diretora do Brooklyn Bridge Park, em Nova York.

 

Hoje, o Sitiê possui um planejamento de longo prazo, com um estatuto que organiza suas atividades, tornando-se apto a receber investimentos para a manutenção e posterior regularização do Parque.  Neste ano, o Sitiê começa a funcionar também como Ágora Digital [AD] – um espaço para diálogos públicos e deliberação sobre questões da comunidade – e intensificou suas atividades de design e artes por meio de seu coletivo.