AGENDA | Encontro 'Diálogos urbanos' 2014

21/05/2014
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O Arq.Futuro, principal plataforma brasileira de discussão de arquitetura e urbanismo, dá início à sua programação de 2014 com uma conversa entre o artista plástico Richard Serra e Michael Kimmelman, crítico de arte e arquitetura do New York Times. O encontro, que acontece dia 27 de maio no Teatro Manchete do Rio de Janeiro, é o primeiro dos Diálogos Urbanos, série do Arq.Futuro, que apresenta agora um novo calendário: além do evento principal, em setembro, uma série de conferências e debates realizados ao longo do ano em diferentes cidades abordará questões atuais e de importância local.

 

Nascido em São Francisco (EUA) em 1938, Richard Serra é um dos artistas mais expressivos de sua geração.  Atuando sob o mote de “tirar a escultura do pedestal e levá-la para as ruas”, Serra é autor de obras que ultrapassam os ambientes expositivos dos museus e se fundem ao espaço público. Com isso, não apenas instala suas obras em espaços abertos como torna esses territórios parte constituinte de seu trabalho, enfatizando a relação entre obra, entorno e observador. Essa característica de sua obra faz desse encontro uma oportunidade única para discutir, no Brasil, a relação da cidade com a arte e a forma como intervenções artísticas podem criar novos espaços urbanos, dar novos sentido a determinadas áreas ou transformar bairros inteiros.

 

Conhecido por suas esculturas de aço de grande escala, que propõem interferências radicais na paisagem que as acolhe, Serra tornou-se símbolo do conceito de site-specific, segundo o qual uma obra tem relação indissociável com o entorno para o qual foi concebida. É esse o caso de Tilted Arc (1981), uma grande placa de aço curva que atravessava a Federal Plaza, em Nova York. Diante do pedido de relocação da obra por parte da cidade, Serra insistiu no seu significado associado exclusivamente àquele espaço, não permitindo que fosse remontada em um novo local.

 

No ano de 2007, uma retrospectiva no MoMA expôs os 40 anos da carreira do artista, passando por suas primeiras experimentações com borracha e neon até as monumentais esculturas. Em sua obra mais recente, East-West/West-East, o “homem de aço”, como é por vezes chamado, ergueu quatro placas, com 15 a 17 metros de altura, no deserto do Qatar. Arrebatadora, a obra é considerada por Serra seu trabalho mais satisfatório até o presente.