Um debate necessário. Assim foi chamado o encontro promovido pelo Arq.Futuro e pela Fundação Getúlio Vargas no último dia 15, segunda-feira, no Auditório Itaú da FGV com superlotação, para discutir o projeto da Lei de Zoneamento para São Paulo, cuja votação, marcada para dois dias depois, acabou sendo adiada pelos vereadores da Câmara Municipal.
Presidentes das principais entidades do setor imobiliário -- Antonio Setin, pela Abrainc, José Romeu Ferraz Neto, pelo SindusCon, e Claudio Bernardes, pelo Secovi -- participaram do debate, ao lado do Secretário Municipal de Desenvolvimento Urbano, Fernando de Mello Franco, e do vereador Paulo Frange (PTB), relator do projeto. O que se travou foi uma discussão de alto nível entre setor público e setor privado, mediada por dois professores da FGV - Gesner de Oliveira, pela Escola de Administração, e Fernando Marcato, pela GV-LAW.
Do debate também participaram duas entidades da sociedade civil, representadas por Philip Yang, fundador do Instituto Urbem, e Anna Livia Arida, diretora da ong Minha Sampa, além do presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil, José Armênio Brito Cruz, e da vice-presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura, Adriana Levisky.
Num encontro de alta interlocução, o setor imobiliário se manifestou amplamente contra aspectos da Lei de Zoneamento que, segundo estes representantes, tornarão o "viver em São Paulo" um projeto crescentemente mais caro e elitizado. A padronização dos gabaritos e os critérios estritos para adensamento nos eixos de mobilidade poderão levar ao encarecimento dos novos empreendimentos imobiliários, levando tanto as empresas quanto os cidadãos a optarem por empreendimentos mais distantes do centro paulista -- o que terá impactos severos no trânsito, no meio ambiente e na qualidade de vida dos moradores.
Veja vídeo condensado do debate, no qual os representantes do setor imobiliário se manifestam sobre a lei ainda em processo de votação.