Na favela do Vidigal, localizada entre as praias do Leblon e de São Conrado, na zona Sul do Rio de Janeiro, encontra-se o Parque Ecológico Sitiê, projeto comunitário que realiza atividades de reflorestamento, reciclagem, paisagismo, agricultura urbana e design. O parque foi reconhecido como a primeira agro-floresta do Rio pela Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura. A denominação é dada a locais em que trechos de mata nativa se alternam com terrenos cultivados, num conjunto de parque ecológico com parque educativo.
Os fundadores do parque, recentemente premiado nos EUA, Mauro Quintanilla e Pedro Henrique de Cristo, conversaram com o Arq.Futuro sobre o processo de transformação do local, que em 2005 acumulava 16 toneladas de lixo, colocando em risco a saúde da comunidade. “Nós começamos a limpar, eu não acreditava que íamos conseguir”, contou Quintanilla. “Só que virou uma bola de neve, vinham voluntários num dia, no outro dia vinham outros”.
O local foi completamente limpo pelos moradores. Na entrevista, Cristo falou sobre a importância de mudar a cultura da comunidade local. “O grande segredo para fazer isso é que a comunidade precisa ser dona do processo de mudança”, disse. “Precisamos entender bem o que é comunidade para fazer isso acontecer”, acrescentou Quintanilla. “Se a comunidade não quiser, faz uma cruzada e nada acontece”. Assista a seguir à entrevista.