A mais recente edição da Revista Monolito traz os destaques do campo da arquitetura brasileira em 2014, com menção aos ciclos de debate A Cidade e a Água promovidos pelo Arq.Futuro em Piracicaba e em São Paulo. A edição #23 da revista, lançada em setembro, foi inteiramente dedicada ao ciclo do Arq.Futuro, com uma coletânea de artigos e entrevistas com os palestrantes do evento. No anuário Monolito, o editor da revista, Fernando Serapião, elenca alguns momentos memoráveis para a arquitetura no ano, entre os quais menciona as comemorações do centenário de Lina Bo Bardi, a Bienal de Veneza de curadoria de Rem Koolhaas, e em São Paulo, o grande debate que se estabeleceu entorno do novo Plano Diretor Estratégico da cidade.
A capa da Monolito destaca o projeto Arena do Morro, em Natal, do premiado escritório suíço Herzog & de Meuron. A obra iniciada em 2011 foi concluída no ano passado. O ginásio poliesportivo está localizado no bairro Mãe Luiza e faz parte de um plano urbanístico maior que propõe criar novos edifícios de uso público e integrá-los a lojas, oficinas e quadras de esporte, fornecendo uma conexão do bairro à orla marítima de Natal. “Ao sofrer pressão para sua remoção, a comunidade se defendeu através do desenvolvimento de seu movimento social”, escreve Serapião, mencionando o papel importante de associações do Centro Pastoral e da Fundação Ameropa, instituição suíça que atua na comunidade e que financiou o projeto de Herzog & de Meuron. Esse é o primeiro projeto do escritório no Brasil. Jacques Herzog participou do primeiro Arq.Futuro, em 2011, ocasião em que falou sobre seu projeto para o Complexo Cultural da Luz, na região central de São Paulo.
Outro projeto de destaque da revista inclui o conjunto habitacional em Heliópolis, do escritório Biselli Katchborian. Com 420 unidades, os edifícios fazem parte do programa da Secretaria de Habitação do Município de São Paulo (Sehab), implantado por Elisabeth França, na sua gestão no governo de 2005 a 2012. A partir da concepção da quadra europeia, o projeto evita recuos frontais e valoriza o espaço do pátio interno. O desnível do próprio terreno foi usado para aumentar o número de pavimentos para sete andares, sem o uso de elevador, de modo que há diferentes entradas com acesso direto do nível da rua pra os pisos superiores. Um panorama completo de projetos habitacionais inventivos está disponível na versão online da publicação do Plano Municipal de Habitação – a Experiência de São Paulo. Neste ano, o Arq.Futuro organizará um grande seminário sobre moradia, em que vai colocar em pautas diferentes experiências de programas de habitação popular no Brasil. Em breve, maiores informações sobre esse ciclo de debates.