Héctor Zamora | Encontro 'Cidades Performáticas'

03/12/2014
Compartilhar:

O ciclo de debates “Cidades Performáticas: arte, arquitetura e espaço urbano”, promovido pela parceria entre o Arq.Futuro e a Fundação Bienal São Paulo, acontece no dia 5 de dezembro, no Pavilhão Ciccillio Matarazzo – Parque Ibirapuera, São Paulo. As inscrições e programação completa estão disponíveis no site: http://arqfuturo.com.br/

 

No último painel do Cidades Performáticas, o artista mexicano Héctor Zamora vai discutir a relação de sua arte com o ambiente urbano. Zamora participa da sessão Narrativas Urbanas: O poder de ignição das artes na cidade-palco, às 16h, que será realizada nas arquibancadas da área parque do prédio da Bienal de São Paulo. Nascido na Cidade do México, Zamora mora e trabalha em São Paulo desde 2007. Ele tem como foco grandes intervenções artísticas que buscam ressignificar o espaço urbano por meio da instalação de esculturas e objetos fora de seu contexto tradicional, proporcionando uma nova leitura do espaço.

 

Em 2010, ele realizou a obra Errant, em que montou um jardim de palmeiras sobre o Rio Tamanduateí, nas proximidades da movimentada Avenida do Estado e do Mercado Municipal. Esse parque linear suspenso por cabos de aço é um testemunho da falta de espaços públicos de lazer e áreas verdes do centro de São Paulo. O Rio Tamanduateí foi canalizado na década de 1920 para criar o Parque D. Pedro II e com a construção das vias de automóveis permanece afastado e cercado da população. A obra fez parte do Projeto Margem, realizado pelo Itaú Cultural, que trabalhou com intervenções artísticas em importantes bacias hidrográficas brasileiras.

 

Outro trabalho de Zamora na escala urbana se chama Orden Y Progreso, realizado no extremo norte do Paseo de lós Héroes Navales, em Lima, a performance consiste na destruição de uma embarcação em uma performance que durou várias horas. O título da obra é inspirado no lema da bandeira nacional do Brasil e a embarcação faz referência à importância estratégica dos portos de Lima, assim como a valorização de heróis navais na América Latina. O título da obra é contraditório à ação da performance, que é justamente uma desconstrução desordenada do objeto. Para Zamora, “o barco é fundamentalmente um símbolo de aventura e descobrimento, mas também representa a esperança do refúgio ou a possibilidade de sobreviver em um ambiente hostil, é veículo de viagens místicas e a encarnação do poder militar e comercial, da conquista e da dominação”.