AGENDA | Seminário 'Cidades: Percepção e comunicação'

04/10/2017
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No dia 4 de Outubro acontecerá o seminário “Cidades | Percepção e Comunicação” no Instituto Moreira Salles, em São Paulo. Participarão de um amplo debate os jornalistas Fernando Serapião (Monolito), João Gabriel de Lima (ex- diretor da Época e Bravo), Luciano Cury (Canal Arte1), Marcelo Moura (Época), Mariana Barros (Esquinas) e Raul Juste Lores (Folha de S.Paulo), mediados por Tomas Alvim e Marisa Moreira Salles, fundadores do Arq.Futuro, plataforma de discussão sobre as cidades, Anna Lívia Arida, fundadora da Minha Sampa, e Rodrigo Agostinho, ex-prefeito de Bauru e responsável pelo programa Cidades e Territórios do Arapyaú.

 

O seminário pretende responder a algumas perguntas: qual é a imagem de cidade hoje prevalente no senso comum do brasileiro? Como a imprensa contribui para a construção dessa imagem? Como está sendo feita a comunicação sobre cidades? Ao buscar respostas para esses questionamentos, o seminário discutirá de forma ampla o papel de jornalistas e profissionais de comunicação na percepção do público sobre as cidades e na formação de cidadãos conscientes e participativos.

 

As cidades são descritas como a melhor invenção da humanidade por especialistas como Edward Glaeser, professor de economia em Harvard. Ainda segundo Glaeser, os agrupamentos urbanos constituem uma das formas mais eficientes de distribuição de riqueza, e não é por acaso que concentram, hoje, a maior parte da população mundial. Ao mesmo tempo, a importância das cidades para o desenvolvimento econômico e social não exclui a existência de problemas. Exatamente por concentrarem grandes populações, as cidades enfrentam dificuldades e são palco de conflitos. No Brasil, elas ainda apresentam questões primárias, herdadas do apressado processo de urbanização do século XX, que convivem com as conquistas do século XXI, como o acesso amplo à tecnologia e às redes de informação. 

 

“Para os profissionais de mídia, o desafio é apreender essa realidade contraditória e compreender, filtrar e hierarquizar a imensa quantidade de dados hoje produzidos; é distinguir fato de interpretação, aprofundando análises. Se a cidade é complexa, cabe à imprensa ajudar a entender as diferentes forças que a compõem. Órgãos e profissionais de comunicação e mídia carregam a responsabilidade não apenas de divulgar informação, mas também de compor uma agenda pública, determinando o que é discutido e o que não é, o que é percebido como problema e o que não é”, afirma Tomas Alvim.

 

Durante o seminário, também será apresentada a série de vídeos “Cidade | Cidadão”, produzida pelo Arq.Futuro, que apresenta os principais desafios enfrentados pelas cidades e as soluções propostas pelo urbanismo contemporâneo. Serão exibidos os oito primeiros vídeos da série, criada como resposta à constatação de que o conceito de cidade ainda é pouco compreendido.  A série nasceu da constatação de que o conceito de cidade é ainda pouco compreendido por grande parte do público, para quem a vida urbana é marcada pela desconexão entre indivíduo e espaço coletivo.  Pretende-se, assim, lançar uma provocação, incentivando os espectadores a refletir sobre o papel fundamental das cidades na distribuição de riqueza e democratização no acesso a oportunidades, e propondo um debate aprofundado sobre a realidade urbana do país.

 

Os vídeos, em motion graphics e linguagem acessível, apresentam a principal qualidade das cidades, que as torna polos de atração desde o seu surgimento: as cidades são o local dos encontros, da pluralidade, do convívio da diferença. Nos vídeos, também são explicados conceitos centrais do urbanismo – em especial os mais pertinentes para a compreensão dos problemas e oportunidades das cidades contemporâneas. Entre os temas abordados estão espaço público, planejamento, saneamento, ruas, calçadas, adensamento e espraiamento, patrimônio histórico, vazios urbanos, mercado imobiliário e mobilidade.

 

“O nosso objetivo é usar diferentes linguagens para alcançar um público amplo, que inclui também crianças e jovens, contribuindo para a formação de uma geração comprometida com a participação nas questões urbanas do século XXI. Tornando acessíveis as reflexões da vanguarda do urbanismo, buscamos mostrar que todos podem entender a origem dos problemas urbanos e discutir os caminhos para sua solução”, avalia Alvim.