Claudia Bosse | Encontro 'Cidades Performáticas'

04/12/2014
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Convidada do Arq.Futuro e Bienal | Cidades Performáticas, a diretora de teatro alemã Claudia Bosse é cofundadora e diretora artística do Theatercombinat. Fundada em 1996 por Claudia e mais quatro diretores de teatro, a companhia realiza peças, intervenções, instalações e coreografias.

 

Wolfgang Behrens, do Goethe Institut, sintetiza as principais vertentes da companhia teatral: "Os termos usados para descrever a missão do Theatercombinat já demonstram sua distinção: pesquisa teatral, processo teatral, pesquisa espacial; para o grupo, a performance não é uma questão de beleza, mas de percepção, experiência e produção do conhecimento da performance". De fato, durante as peças do Theatercombinat o público também é ator; passeia pelo palco e interage com os artistas, tornando-se parte do processo performático.

 

Algumas das peças acontecem em espaços inusitados, como um abatedouro ou uma fábrica em ruínas, e o coro teatral envolve fisicamente os espectadores. A audiência, em alguns momentos, vivencia o medo. "A beleza destas composições permitem a observação recíproca, e é quando se começa a perceber o medo do público", afirmou Bosse. Este medo não é o objetivo, mas o objeto que será explorado pela companhia durante a pesquisa. Alguns aspectos são explorados pelos atores e pelo público: de que forma o espaço se estrutura a sua volta? O que a fala e textos declamados produzem em um corpo? Como uma performance pode mudar a realidade a sua volta? Para encontrar as respostas para essas perguntas, a Theatercombinat  passa até dois anos se preparando para uma peça, como na performance de 36h dentro de um matadouro, Massakermykene.

 

Atualmente, Claudia dirige a produção da série de espetáculos tragödienproduzenten [Produtores de Tragédias]. Nesta, a companhia encenou quatro peças de períodos diferentes da história: Antiguidade [Os Persas, de Ésquilo], Renascença [Coriolanus, de Shakespeare], Período Barroco [Fedra, de Jean Racine] e Modernindade [Bambiland, de Elfriede Jelinek]. Esta última peça ganhou o prêmio Nestroy, de Viena.